No mundo, as mulheres representam mais de 70% dos profissionais da saúde, mas ainda estão atrás em posições de liderança – como por exemplo em diretorias de estabelecimentos de saúde ou como secretárias e ministras de Saúde.
Ainda refletindo sobre liderança feminina, uma série de países com lideranças femininas tiveram um achatamento do contágio logo no início da pandemia, como Alemanha, Nova Zelândia, Noruega e Taiwan.
É um contraste com a postura explosiva e a negação a fatos científicos adotadas por líderes do gênero masculino, como os presidentes dos EUA e Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro, os dois piores epicentros da doença hoje.
Apesar de o índice geral de mortes registradas até agora serem maiores entre homens, são as mulheres negras e indígenas as mais expostas aos riscos de contaminação, desemprego, violência, falta de acesso aos serviços de saúde e aumento da pobreza, causados pela COVID-19.
Em um estudo realizado pelo Instituto Pólis ainda no início da pandemia, no período de 1º de março e 31 de julho, os dados revelam que em São Paulo, entre as mulheres brancas, a taxa de óbitos por Covid-19 foi de 85 mortes/100 mil habitantes e, para mulheres negras, o indicador subiu para 140 mortes/100 mil habitantes.
“Para mulheres negras, o ‘novo normal’ pós-COVID-19 não existe.
O nosso histórico de combate ao racismo precede este momento e continuará. Esse momento intensifica, justamente, as demandas que reivindicamos há séculos: a garantia de direitos básicos, que inclui os que são sexuais e reprodutivos, bem como saneamento, moradia, formação, trabalho digno e a vida", Thânisia Cruz, da Articulação de Negras Jovens Feministas, em matéria da ONU Mulheres.