Durante o começo da pandemia por COVID-19 muito se falou sobre o caráter "democrático" da doença que chegava a todos sem discriminação. Porém, com o passar dos meses, se viu que não era bem assim. Coletivamente, descobrimos que as possibilidades de cuidados e isolamento estavam diretamente relacionados a ter acesso, ou não, a diversos privilégios -desde um trabalho possível de ser feito remotamente a espaço salubre dentro de casa.
Uma outra parte importante da descoberta foi perceber que o gênero também influencia a maneira que se experimenta a pandemia e suas consequências. Costumam recair majoritariamente sobre as mulheres os trabalhos de cuidado, sejam os domésticos (remunerados ou não), sejam em outros ambientes, como enfermarias e abrigos para idosos. As mulheres cientistas, por sua vez, têm pouca visibilidade, apesar de existirem numerosamente. Só no Instituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento da vacina CoronaVac, elas ocupam 71% dos cargos de pesquisador científico.
São as desigualdades que normalmente ninguém vê: o trabalho não remunerado ou mal pago feito por mulheres nas áreas de saúde e cuidado.
Por isso, publicamos aqui uma homenagem a dez mulheres que fizeram descobertas importantes para o enfrentamento da pandemia por COVID-19, que atuam diretamente com a saúde, a informação ou que são profissionais do cuidado. Elas foram e são importantes, cada uma à sua maneira, mas também representam muitas outras mulheres, uma população inteira de brasileiras que segura o tranco da existência diariamente e espera, com o bracinho pronto, a hora da vacina chegar.
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