
Começamos o Lab Cuidado e Política muito bem acompanhadas pelo Instituto Update, uma das principais organizações de impacto e inovação na política. Composto por uma equipe de mulheres incríveis, o Update se comprometeu a acompanhar e documentar a proposta de uma nova Constituição mais humana e democrática no Chile por meio do projeto Nuestras Cartas, de onde partiu nossa parceria.
Entendemos que somos parte de um movimento pulsante que está em curso na América Latina. Por isso, contamos na carta editorial Da constituinte chilena às eleições no Brasil que acreditamos no trabalho do cuidado como um ponto crítico de disputa se queremos viver em uma sociedade mais igualitária, saudável e justa. Esta foi a lente em que apostamos para observar a política no Chile e no Brasil.
Nos artigos Os caminhos para uma nova Constituição chilena – e o que isso tem a ver com o Brasil, A América Latina vai ser toda feminista! e Cuidado passa a ser um direito no Chile, contextualizamos a luta recente por uma nova Constituição no país. Esta demanda, saída das vozes das ruas, foi fundamental para pautar a necessidade de orientar as políticas públicas para o direito ao cuidado: direito de cuidar, de receber cuidados e de ter os meios necessários para exercê-lo. O reconhecimento do trabalho doméstico e de cuidado como indispensáveis para sustentar a vida e a sociedade também foi uma pauta levantada por essas mulheres que se mobilizaram no Chile, assim como a necessidade de repensar a política econômica e ambiental a partir do cuidado.

Para contar um pouco mais dessa história e relacioná-la com a realidade do Brasil, convidamos para a conversa Beatriz Della Costa, fundadora do Instituto Update. O resultado foi a minissérie Cuidado e Política, três episódios com diferentes aspectos desta movimentação.
Em O cuidado como princípio: mulheres são as protagonistas da nova Constituição do Chile, falamos sobre a primeira vez na história do mundo em que as mulheres estiveram no centro das discussões sobre o futuro de um país. O segundo episódio, O cuidado para as constituintes: como esta necessidade atravessou a construção da nova constituição do Chile, abordou a presença do cuidado para as mulheres diretamente envolvidas nesse processo. No terceiro e último vídeo, Um país sonhado pelas lentes do cuidado: inovação revolucionária, pontuamos algumas leis e programas que pautam o cuidado na América Latina e a importância do tema estar presente na política institucional, especialmente considerando nossas eleições de 2022.

E assim, aportamos na política brasileira. Falamos de como a palavra cuidado está transformando este campo no artigo Política e cuidado no Brasil – estamos diante de um novo termo? Ali, convidamos vocês a nos acompanharem em um exercício imaginativo: e se o cuidado orientasse a elaboração de políticas públicas e leis? A lista de possibilidades é bonita e vale ser lida novamente, na intenção de manter esses sonhos vivos e mais próximos de se tornarem realidade.
Foi por acreditar que Quando o futuro das mulheres está em jogo, se posicionar é obrigatório, que a Think Olga declarou voto e apoio ao candidato Lula nas eleições deste ano. Observamos que sua candidatura falava em cuidado com todas as letras. Em seus discursos, Lula disse e repetiu que vai cuidar do povo brasileiro – e ficamos contentes que o verbo tenha entrado no léxico das eleições. Mas quando se trata de políticas públicas, o que isso significa? Esta foi a questão que atravessou todas as conversas que tivemos no Podcast Cuidado e Política.
Seguindo a parceria com o Instituto Update, convidamos mulheres que nos ajudaram a entender como o trabalho de cuidado e a política estão presentes em todos os momentos dos nossos dias. Conversamos com candidatas, eleitas e analistas políticas e o resultado são conversas inspiradoras e que dão a real sobre o momento que vivemos, a esperança e os desafios da participação das mulheres neste contexto.
Abrimos os trabalhos com uma Análise das eleições de 2022 com Danyelle Fioravanti e Débora Thomé, ambas ligadas a projetos do Update. Conversamos com elas sobre os resultados do primeiro turno e sobre como o cuidado e a diversidade estiveram em pauta. Esse papo foi uma verdadeira aula de política em que aprendemos o que cada uma de nós já pode fazer para termos um horizonte diferente no futuro.
Depois, falamos de Violência política de gênero e maternidade com Marina Helou, deputada estadual reeleita em São Paulo. Ela defende que a maternidade também é um ato político, por isso, priorizar as mães e as crianças é uma de suas bandeiras. Mas, ser uma deputada com este tipo de posicionamento já rendeu ataques misóginos desde que foi eleita em 2018. Conversamos com Marina sobre como é ser mulher na política e como é fazer política para mulheres.
No terceiro episódio abordamos a temática da Representatividade com Sônia Guajajara, a primeira deputada federal indígena eleita em São Paulo. Com mais de 150 mil votos, esta foi uma eleição histórica. Sua grande pauta é levar as vozes dos povos originários e historicamente oprimidos ao centro do debate político brasileiro. Falar de cuidado com Sônia é pensar no cuidado de maneira amplificada, é olhar para a terra, a água, a floresta e as pessoas. E este cuidado está no centro de tudo.
E para fechar esta série de quatro episódios, conversamos sobre Coletividade e periferia presentes com Keit Lima. Tendo sido candidata a deputada estadual em São Paulo, ela defende que ninguém pode ter seus direitos negados por causa do seu território, da sua cor de pele, do seu gênero ou tamanho do seu corpo. Por isso, pauta uma cidade onde todos têm seus direitos realmente garantidos e em que a favela está no orçamento público. Apesar de não ter sido eleita, Keit ganhou a confiança de mais de 37 mil pessoas de quem recebeu os votos nestas eleições. Encerramos o nosso podcast com mais uma conversa de esperança, falando da construção de um futuro melhor a partir da atuação de todas nós.

As eleições de 2022 garantiram um crescimento de 18% de mulheres eleitas para a Câmara Federal. São estas pessoas que vão propor novas leis ou modificar as antigas, o que tem influência direta nas nossas vidas. Pensando em como será o diálogo entre o legislativo e o executivo federal, publicamos a Seleção do cuidado: as mulheres escaladas para pautar o cuidado e a política em 2023. Acreditamos neste time para proteger os direitos humanos e da natureza, para pautar o cuidado em suas diversas expressões.

O ano de 2022 impôs dificuldades e desafios para todo mundo – e aqui não foi diferente. A pauta do cuidado impacta fortemente as vidas das mulheres e, consequentemente, a Think Olga. Esta é a hora de acreditar que um futuro melhor está por vir, apoiar e dar força às políticas que lutam pelo que acreditamos. Continuamos de pé e cheias de esperança e isso é motivo para celebrar!
Agradecemos a companhia e esperamos seguir caminhando com vocês em 2023. Até lá!
Resumo de tudo
Pra facilitar, fizemos um resumo pra você acompanhar todos esses conteúdos. Aproveitem!
Resumindo, os conteúdos deste Lab Cuidado e Política estão divididos entre as seguintes temáticas:
O avanço da pauta do cuidado na América Latina
- Da constituinte chilena às eleições no Brasil
- Os caminhos para uma nova Constituição chilena – e o que isso tem a ver com o Brasil
- A América Latina vai ser toda feminista!
- Cuidado passa a ser um direito no Chile
- O cuidado como princípio: mulheres são as protagonistas da nova Constituição do Chile
- O cuidado para as constituintes: como esta necessidade atravessou a construção da nova constituição do Chile
- Um país sonhado pelas lentes do cuidado: inovação revolucionária
As eleições no Brasil e a representatividade
- Política e cuidado no Brasil – estamos diante de um novo termo?
- Quando o futuro das mulheres está em jogo, se posicionar é obrigatório
- Análise das eleições de 2022 com Danyelle Fioravanti e Débora Thomé
- Violência política de gênero e maternidade com Marina Helou
- Representatividade com Sônia Guajajara
- Coletividade e periferia presentes com Keit Lima
Uma análise para 2023: que cenário se desenha no Brasil para os próximos anos?